Jenipapo

Identificação

As folhas são geralmente opostas ou verticiladas, simples e de margem inteira, podendo variar de membranáceas a coriáceas, com venação peninérvea. Podem ser glabras ou pubescentes e às vezes possuem domácias. As estípulas são interpeciolares (raramente intrapeciolares), inteiras ou divididas, muitas vezes bífidas ou fimbriadas, podendo ser persistentes ou caducas. As inflorescências podem ser axilares ou terminais, com grande variedade de formas (cimosas, racemos, panículas, tirsos, capítulos ou mesmo flores isoladas), podendo ser sésseis ou pedunculadas e apresentar brácteas desenvolvidas. As flores são geralmente bissexuais, actinomorfas e frequentemente heterostílicas, com cálice persistente, de borda truncada ou lobada (2–5 lobos). A corola é gamopétala, tubular a infundibuliforme, com 4–10 lobos. Possui 4 ou 5 estames adnados à corola e gineceu com dois carpelos. O ovário é predominantemente ínfero, com placentação axial, e os nectários florais estão sempre presentes. Os frutos podem ser secos ou carnosos, deiscentes ou não, e as sementes variam de poucas a numerosas, podendo ser aladas. O embrião é reto a curvo e o endosperma geralmente é abundante e oleoso.

Descrição

Árvore de tronco reto e casca verde com manchas acinzentadas; folhas brilhantes; inflorescências, agrupando até 15 flores, de cor amarela, ligeiramente perfumadas; fruto baga globosa ou subglobosa, de 10-15cm de comprimento e peso de 200-400g, exala cheiro forte bastante característico. Altura média de 5 a 15 metros.

Origem

É originária do norte da América do Sul.

Cuidados

Em relação à rega, a planta deve ser irrigada regularmente, evitando o encharcamento do solo. A quantidade de água necessária varia de acordo com as condições climáticas e o desenvolvimento da planta. É importante realizar podas de formação, removendo ramos secos, doentes ou que comprometam a estrutura da planta. O Jenipapo é uma planta que aprecia luz solar direta e intensa.

Mudas

As mudas devem ser sadias, com pelo menos 30 cm de altura e raízes bem desenvolvidas. É possível adquirir mudas em viveiros especializados ou realizar a propagação a partir de sementes. Caso opte por sementes, é importante realizar um tratamento pré-germinativo, como a imersão em água morna por 24 horas, para aumentar a taxa de germinação. A época de plantio do jenipapo ocorre na primavera ou no início do verão, quando as temperaturas são mais amenas e as chuvas são frequentes. O plantio deve ser feito após o último período de geadas, garantindo que as mudas não sejam prejudicadas por temperaturas muito baixas. Em regiões tropicais, o plantio pode ser realizado durante todo o ano, desde que haja umidade suficiente. Recomenda-se um espaçamento de 6 a 8 metros entre as plantas, permitindo que elas se desenvolvam adequadamente e tenham acesso à luz solar. As mudas devem ser irrigadas regularmente nas primeiras semanas após o plantio, garantindo que o solo permaneça úmido, mas não encharcado. Após o estabelecimento das plantas, a irrigação pode ser reduzida, mas deve ser mantida em períodos críticos, como durante a floração e frutificação, para garantir a produção de frutos de qualidade. Recomenda-se a aplicação de adubos orgânicos, como esterco de curral ou compostagem, no momento do plantio. A adubação química pode ser realizada com fertilizantes ricos em nitrogênio, fósforo e potássio, seguindo as recomendações da análise de solo. A adubação deve ser feita periodicamente, especialmente durante o ciclo de crescimento da planta.

Curiosidades

Em diversas culturas indígenas o fruto é utilizado para pintar a pele, haja vista que tanto a casca da árvore quanto o fruto possuem uma substância chamada genipina, de coloração violeta ou azul-escuro, que se torna preta em contato com o ar. Em tupi-guarani, jenipapo significa "fruta que mancha". Rico em ferro, cálcio e vitaminas B1, B2, B5 e C, além dos empregos gastronômicos, o jenipapo é utilizado em remédios caseiros para o tratamento de doenças no fígado, respiratórias e anemia. O jenipapo é empregado no preparo de xarope, vinho, álcool, vinagre, aguardente e quinino (sulfato de quinina – usado como antimalárico e antipirético). No Nordeste, a principal aplicação do jenipapo é o licor, bebida típica dos festejos juninos, que produzido de forma artesanal, demora no mínimo um mês para ficar pronto. Outro produto típico dos festejos é a jenipapada, um doce de jenipapo envolto em açúcar. Ademais, podem ser feitos sucos, polpas e compota.